terça-feira, 28 de maio de 2013

MERCADO DE TRABALHO

 

       Quem se forma em teologia pode atuar em diversos setores. A Marinha, o Exército e a Aeronáutica costumam contratar o bacharel para fazer parte de seus quadros, como capelão. Empresas de diversos portes e setores também demandam o graduado. A Petrobras, por exemplo, emprega o teólogo para dar apoio às equipes que trabalham em suas plataformas marítimas. Outra área promissora é a das editoras, na produção de revistas e livros voltados para a religião. A maioria das vagas ainda está no Sul e Sudeste. "Ele pode atuar, ainda, como consultor em instituições religiosas", diz o professor Admilson Eustáquio Prates, da Unimontes. Para o licenciado, embora não exista a obrigatoriedade do ensino religioso nas escolas, cresce o número de instituições que oferecem essas disciplinas aos alunos de forma facultativa.

   Salário inicial: R$ 3.000,00 (fonte: prof. Cônego José Luis Araújo, da PUC-Campinas); R$ 1.451,00 (professor da educação básica na rede pública por 40 horas semanais; fonte: MEC).

 

Curso

   O currículo varia bastante de uma universidade para outra. Algumas instituições dão ênfase à análise sociológica e antropológica das religiões, debatendo seus fundamentos e sua história. Outras enfocam o estudo das escrituras e dos textos sagrados. Qualquer que seja a universidade, o estudante se debruça em profundidade sobre as tradições religiosas que fazem parte de nosso patrimônio cultural. Nas licenciaturas, o aluno vê também disciplinas como didática e psicologia da educação. Além do estágio, é preciso fazer uma monografia de conclusão de curso.

Duração média: quatro anos.

Outros nomes: Ciên. da Religião; Ciên. Religiosas; Ciên. Teológicas.

O que você pode fazer

Consultoria

Assessorar pessoas e organizações públicas ou privadas que utilizem a religião no desenvolvimento de seu trabalho.

Ensino

Dar aulas em escolas de Ensino fundamental e Médio sobre religião e ética.

ONGS

Orientar grupos religiosos e atender a instituições que realizam trabalhos sociais voltados para a religião.

Pesquisa

Estudar o fenômeno religioso e sua relação com a atividade humana.

Sacerdócio

Atuar como padre ou pastor.

POR QUE ESTUDAR TEOLOGIA ???





   

    O bacharelado é uma graduação da teologia, assim como "doutorado e mestrado".
   
    Começa-se no básico, e depois vai se graduando.
   
    Qanto maior o nível de graduação, maior a possibilidade de expandir o conhecimento na área.
   
    Um curso de teologia não faz a prática da pregação, mas dá uma excelente base para se aprender de forma correta, e como usar as ferramentas necessárias. Pois dentro do curso, há aulas sobre tais assuntos, e se aprende a fazer uma boa pregação, mas depende de outros fatores para ser um pregador.
   
    A pregação da palavra, é um dom que alguém recebe de Deus, ou seja, "um chamado". Então, a teologia, aprimora o conhecimento tanto de quem foi "chamado", como tbm dos que buscam conhecimento e aprimoramento.
  
  Seria ótimo para as pessoas que gostam de debater sobre religiões e sobre Deus, pois o assunto é amplo, e se aprende muitas coisas tais como : fazer interpretações bíblicas(exegese), conhecer a história das religiões, fazer sermões(homilética), contextualizações, e as línguas originais da escrita bíblica : hebraico, aramaico e grego. 

   Teologia é curso universitário de quatro anos. Tem diversas disciplinas como Exegese do Antigo Testamento, do Novo Testamento, Grego, Hebraico, Iconografia, Historia do Critianismo, Filosofia, Sociologia, Politica, Homilia, Literatura do Cristianismo etc etc etc. 

São o estudo e a análise das religiões num contexto histórico específico e sua influência sobre os processos antropológicos e sociológicos. O bacharel em Teologia pesquisa a história, os fenômenos e as tradições religiosas, estudando, pesquisando e interpretando textos sagrados, doutrinas e dogmas religiosos. Com seus conhecimentos, ele interpreta e analisa a influência da religião sobre a organização e a dinâmica dos grupos sociais, das sociedades e das nações, associando essas informações a outras áreas de conhecimento, em especial a das ciências humanas, como a antropologia e a sociologia. Pode trabalhar como pesquisador ou assessor de grupos religiosos e ecumênicos. Quem faz licenciatura está apto a dar aulas de religião e ética em escolas de ensinos fundamental e médio e também em ONGs, centros culturais e religiosos.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Curso de Teologia

                         

  Teologia (do grego θεóς, transl. theos = "divindade" + λóγος, logos = "palavra", por extensão, "estudo, análise, consideração, questionamento sobre alguma coisa ou algo"), no sentido literal, é o estudo sobre a divindade.
  A origem histórica do termo em questão nos remete à Hélade, também chamada de Grécia Antiga. Era utilizada inicialmente para descrever o trabalho de muitos poetas, que tentavam dar uma noção de como eram os Deuses. Os teólogos eram os que faziam poesias sobre os deuses e sobre seus feitos, suas virtudes, suas emoções, sua vida particular e também seus vícios e erros. Entretanto, não era uma análise sobre os deuses e, sim, uma narração dos feitos deles que se pareciam com os feitos humanos e as virtudes dos mesmos. Somente na Idade Medieval é que o termo deixou de lado o conceito poético e passou a ser considerado como assunto de inquirição existencial e filosófica.
Partindo do princípio da definição hegeliana do termo "teologia", a teologia é o estudo das manifestações sociais de grupos em relação às divindades. Como toda área do conhecimento, possui então objetos de estudo definidos. Como não é possível estudar Deus diretamente, como sugere o termo literalmente observado, a definição de Hegel que, somente se pode estudar aquilo que se pode observar se torna pertinente e atual, conforme as representações sociais nas mais variadas culturas.

 

No cristianismo, isso se dá a partir da Bíblia. O teólogo cristão- protestante suíço Karl Barth definiu a Teologia como um "falar a partir de Deus". O termo "teologia" foi usado pela primeira vez por Platão, no diálogo "A República", para referir-se à compreensão da natureza divina de forma racional, em oposição à compreensão literária própria da poesia, tal como era conduzida pelos seus conterrâneos. Mais tarde, Aristóteles empregou o termo em numerosas ocasiões, com dois significados:
  • Teologia como o ramo fundamental da filosofia, também chamada "filosofia primeira" ou "ciência dos primeiros princípios", mais tarde chamada de metafísica por seus seguidores;
  • Teologia como denominação do pensamento mitológico imediatamente anterior à filosofia, com uma conotação pejorativa e, sobretudo, utilizada para referir-se aos pensadores antigos não filósofos (como Hesíodo e Ferécides de Siro).
    Santo Agostinho tomou o conceito de teologia natural da obra Antiquitates rerum humanarum et divinarum, de M. Terêncio Varrão, como única teologia verdadeira dentre as três apresentadas por Varrão: a mítica, a política e a natural. Acima desta, situou a Teologia Sobrenatural (theologia supernaturalis), baseada nos dados da revelação e, portanto, considerada superior. A teologia sobrenatural, situada fora do campo de ação da Filosofia, não estava subordinada, mas sim acima da última, considerada como uma serva (ancilla theologiae) que ajudaria a primeira na compreensão de Deus.
Teodiceia, termo empregado atualmente como sinonimo de "teologia natural", foi criado no século XVIII por Leibniz, como título de uma de suas obras (chamada "Ensaio de Teodiceia. Sobre a bondade de Deus, a liberdade do ser humano e a origem do mal"), embora Leibniz utilize tal termo para referir-se a qualquer investigação cujo fim seja explicar a existência do mal e justificar a bondade de Deus.
Na tradição cristã (de matriz agostiniana), a teologia é organizada segundo os dados da revelação e da experiência humana. Esses dados são organizados no que se conhece como teologia sistemática ou teologia dogmática.

      A teologia é fortemente influenciada pelas mais diversas religiões e, portanto, existe a teologia hindu, a teologia budista, a teologia judaica, a teologia católica-romana, a teologia islâmica, a teologia protestante, a teologia mórmon, a teologia umbandista, entre outras.

Todo mundo faz teologia




Teologia é uma palavra usada nos seminários e nos livros. Mas teologia é coisa que todo mundo faz. Quando, por exemplo, uma pessoa próxima sofre algum infortúnio, e um crente aproxima-se numa atitude de conforto e diz: "Não se deixe abater: Deus sabe o que faz!", o que esse crente está fazendo é teologia. Quando Jó, diante de toda a desgraça que lhe caiu na cabeça, afirmou: "O Senhor deu, e o Senhor tirou" (Jó 1,21b), Jó fez teologia. Quando a mulher cananéia respondeu a Jesus, dizendo: "Sim, mas até os cachorrinhos comem das migalhas" (Mt 15,27b), também ela fez teologia


Teologia e Deus

O que é teologia? Será que é igual a biologia? Quer dizer, se biologia é o estudo da vida (bio = vida e logia = estudo), então teologia é o estudo de Deus (teo = Deus e logia = estudo)? Será?

Vamos pensar um pouco. A biologia estuda a vida dissecando organismos ou analisando pequenos pedaços de tecido orgânico no microscópio. O biólogo pega o ser vivo, leva-o para o laboratório, coloca-o sob determinadas condições e o examina. Assim aprende. Assim se faz biologia.

Será se dá para fazer isso com Deus? Colocá-lo numa mesa de laboratório e examiná-lo? Você consegue imaginar os teólogos sentados à mesa, com Deus ali esticado, um examinando o pé; outro, o olho; outro, o esôfago? Você acha que nos seminários estamos estudando Deus? E aqui, na classe, é Deus que estamos estudando?

Deixe-me contar uma história da Bíblia. Com certeza você já leu Ex 33,18-23. Leia novamente, mas com duas pequenas observações sobre o v. 19: 1) deve-se ler "Eu (é que) farei"; e 2) deve-se ler "e proclamarei o meu nome adiante de ti". Moisés pede que Yahveh lhe mostre a sua glória (v. 18). Yahveh lhe responde que vai fazer passar a sua bondade diante dele; vai proclamar o seu nome adiante dele; e vai ter misericórdia de quem ele, o próprio Yahveh, quiser ter misericórdia (v.19). A rigor, Moisés não tinha falado nada sobre a misericórdia. Por que na sua resposta Yahveh tem de falar a Moisés: "e terei misericórdia de quem (eu) tiver misericórdia, e compaixão de quem eu tiver compaixão"? Moisés queria ver a glória de Yahveh, e Yahveh responde que terá misericórdia de quem Yahveh quiser ter misericórdia. Faz sentido? Se pensarmos no objetivo do texto como sendo apresentar Yahveh como Deus Incontrolável faz sentido. Quem escreveu Ex 33,18-23 queria deixar claro que a intenção de ver a glória de Deus traduz a intenção de controlar as ações de Deus. Talvez fossem dias em que se estava tentando separar aqueles que se entendia merecerem a misericórdia de Yahveh daqueles que se entendia não a merecerem. Como fazer isso? Controlando o discurso sobre Deus. Geralmente, quando julgamos saber quem Deus é, logo tratamos de julgar que a vida desse ou daquele irmão não agrada a Deus. Teologia como estudo de Deus e julgamento caminham muito próximos um do outro. Para o autor de Ex 33,18-23, porém, ninguém, nem Moisés, pode decidir afinal de quem Yahveh terá misericórdia - porque Yahveh é incontrolável e tem compaixão de quem quiser.

Voltando ao nosso tema: teologia é o estudo de Deus? Há teólogos que julgam que sim, e afirmam que a teologia é o estudo de Deus e das coisas de Deus. Isso significa, que o conteúdo da teologia - as doutrinas e os dogmas - são uma espécie de descrição de Deus e das coisas de Deus. Para esse tipo de teologia e de teólogo, Deus não só pode ser conhecido, mas descrito (ainda que parcialmente).

Mas voltemos ao texto de Ex 33,18-23.  Moisés é colocado na fenda da rocha. Yahveh tapa a fenda com a sua mão e faz passar a sua glória. Moisés está lá dentro, sem poder ver nada ("até que (eu) passe", v. 22). Yahveh termina de passar; retira a mão e, então, diz a Moisés que Moisés verá as costas de Yahveh, mas que "as minhas faces não serão vistas" (v. 23).

Yahveh diz a Moisés que, se quiser ver a sua glória, que veja as suas costas - o que deve ser compreendido como "se quiser ver a minha glória, siga-me" (cf. Ex 3,1-15). Yahveh vai à frente, proclamando o seu nome adiante, e Moisés vai atrás, seguindo, com os olhos fixos nas costas de Yahveh. Yahveh é Deus que se conhece nas experiência da vida. Yahveh não está disponível na teologia.

Compare essa história com a de Elias na caverna (1 Re 19,8-13). Elias está na caverna (v. 9); Yahveh passa enquanto Elias ainda está lá dentro (v. 11-13a); Yahveh chama Elias para fora: Elias cobre o rosto com a capa e sai (v. 11a.13a); Elias não Yahveh: apenas ouve uma voz (v. 13b). Yahveh não pode ser apreendido pelo homem. Elias cobre o rosto (cf. Jz 13,20-23; Is 6,5). Moisés tem que ser colocado na fenda da rocha e Yahveh tem que tapar o buraco, porque ele queria ver a sua glória. Como a teologia deve se comportar: como o Moisés de Ex 33,18 ou como o Elias de 1 Re 19,8-13?


Teologia e vida


O texto de Ex 33,18-23 poderia nos ajudar a pensar uma teologia que não se comporta como um estudo de Deus. 1 Re 19,8-13 poderia nos ajudar a pensar que a presença de Deus ultrapassa nossa capacidade de apreensão, compreensão e manipulação. Sim, ouvimos "uma voz", mas com o rosto coberto.

Mas se teologia então não deve ser tratada como estudo sobre Deus, como deve ser tratada? Ora, como um falar sobre Deus, sobre a vida, e sobre o que cremos que Deus faz na vida. Não foram esses os exemplos com que começamos esse estudo: o crente, Jó e a mulher cananéia falaram. A sua fala que era? Nos três casos, interpretação dos fatos da vida a partir de suas convicções pessoais a respeito de Deus. Teologia então, não seria compreendida como estudo sobre Deus, mas como estudo sobre o que os homens pensam sobre Deus. Teologia tem a ver com a compreensão que os homens têm sobre Deus e não com o próprio Deus. Teologia é pura vida e história pessoal pulsando no coração. É o concurso de tudo quanto somos e fazemos, tudo isso concentrado em nosso discurso sobre Deus. E então se diga: boa vida e bom coração, boa teologia; vida má e mau coração, má teologia.

Teologia é importante. Tanto que todos nós fazemos teologia, uns sem saber que fazem, outros sabendo. A teologia, no entanto, pode servir para uma adaptação (o caso de Jó) ou para uma confrontação (o caso da mulher cananéia). A teologia pode servir para conformar-nos com modelos prontos, mas também pode e deve servir para transformar-nos. Sim, sim: teologia pode e deve ser transformadora. Quando Paulo em Rm 12,2 diz: "não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente", Paulo está a dizer: façam teologia transformadora! A transformação começa na "vossa mente". Teologia começa na nossa mente. Teologia e transformação começam no mesmo lugar.